O presidente e CTO da Oracle, Larry Ellison, descreveu como a empresa está incorporando a IA generativa (GenAI) em seu amplo portfólio de serviços de nuvem, com o objetivo de ajudar os clientes e a sociedade em geral a resolver seus problemas mais complexos. Durante sua palestra na Oracle CloudWorld, Ellison também anunciou uma série de novos serviços habilitados para IA, incluindo ferramentas para cultivar alimentos dentro e fora de casa, melhorar a assistência médica e automatizar o desenvolvimento de aplicações. Ele observou que o lançamento no ano passado da versão 3.5 do ChatGPT da OpenAI chamou a atenção dos líderes governamentais e do público de uma forma que os avanços tecnológicos raramente conseguem – e por uma boa razão.
“Será essa a inovação tecnológica mais importante de todos os tempos? Provavelmente sim. Uma coisa é certa: estamos prestes a descobrir”, afirmou.
A Oracle é a empresa mais bem posicionada entre os fornecedores de nuvem para ajudar as empresas a desenvolver modelos de IA generativa, disse Ellison, porque a Oracle Cloud Infrastructure (OCI) Gen2 usa uma rede ultrarrápida de acesso remoto à memória de dados (RDMA) e conecta GPUs NVIDIA em enormes superclusters que podem treinar com eficiência modelos de IA generativa com o dobro da velocidade, em comparação com outras nuvens, e por menos da metade do preço.
A rede RDMA significa que “um computador na rede pode acessar a memória de outro sem interrupção”, afirmou. “Portanto, ela tem a capacidade de mover um volume grande de dados de um computador para outro de forma extremamente rápida, muitas vezes mais rápida do que as redes convencionais.”
Ellison observou que as vantagens de velocidade e custo da OCI são o motivo pelo qual fornecedores como Cohere, NVIDIA e X.AI a usam para treinar grandes modelos de linguagem (LLMs). “Na nuvem, tempo é dinheiro”, disse. “Somos muito mais rápidos e muitas vezes mais econômicos do que outras nuvens em relação ao treinamento de modelos de IA.”
Ellison observou que a IA generativa está mudando a forma como a própria Oracle desenvolve novos produtos. Afirmou, por exemplo, que a Oracle continuará oferecendo suporte a aplicações mais antigas que usam o Java se elas tiverem sido escritas nessa linguagem de programação, mas desenvolverá novas aplicações usando o código gerado automaticamente no Oracle APEX por ferramentas GenAI baseadas em prompts do desenvolvedor. “Não estamos desenvolvendo mais nessa linguagem de programação. Estamos gerando esse código”, afirmou. “Basicamente, isso muda como criamos e executamos as aplicações. Isso muda tudo”.
Ellison também observou que o gerador de aplicações APEX permite o desenvolvimento mais rápido de aplicações com equipes de desenvolvimento menores e, como o código foi gerado pela GenAI, ajuda a reduzir significativamente as falhas de segurança. “Isso é muito importante,” disse.
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Os outros novos recursos anunciados por Ellison durante sua palestra na Oracle CloudWorld incluem:
Um novo banco de dados vetorial integrado que armazena o conteúdo semântico de documentos, imagens e outros dados não estruturados como vetores e os usa para executar consultas rápidas de similaridade. O novo recurso também permitirá que aplicações desenvolvidas no Oracle Database e no Autonomous Database adicionem uma interface de linguagem natural baseada em LLM, permitindo que os usuários finais solicitem os dados necessários, fazendo perguntas usando linguagem natural. Esse tipo de capacidade é necessária para adaptar LLMs pré-treinados e generalizados, como aqueles desenvolvidos pela Cohere, parceira da Oracle, a contextos mais especializados, como medicina e direito.
Os novos recursos que permitem aos desenvolvedores gerar esquemas de tabelas relacionais a partir de documentos JSON em um novo banco de dados relacional de objetos. Isso permite aos desenvolvedores a flexibilidade de criar aplicações usando documentos JSON e ainda se beneficiar dos pontos fortes da linguagem de consulta SQL usada por bancos de dados estruturados. Dessa forma, os desenvolvedores podem criar aplicações sem planejar o esquema com antecedência, algo que consome tempo e pode levar a erros.
Resolva os problemas mais complexos
Ellison afirmou que a Oracle tem como objetivo ajudar governos, profissionais de assistência médica e agricultores a revolucionarem seus respectivos setores e a melhorar a nossa qualidade de vida.
A Oracle está criando uma plataforma de Internet das Coisas que os profissionais de assistência médica podem usar para acompanhar melhor os estoques e a localização de suprimentos médicos. A Oracle também fornecerá recursos de IoT para que os profissionais possam usar sensores para rastrear sintomas de pacientes e outros dados.
Além disso, a Oracle ajudará os profissionais a aprimorar o armazenamento e o acesso a registros eletrônicos, exames de imagem e diagnósticos de pacientes. Ellison disse que a Oracle fornecerá preços mais baixos para profissionais de saúde armazenarem esses dados e usarem a IA generativa para gerar diagnósticos mais precisos. A previsão do presidente e CTO é de que o impacto será de “melhores resultados para milhões de pacientes”.
A Oracle, em parceria com a Applied Inventions, está desenvolvendo estufas que aproveitam uma variedade de tecnologias Oracle, incluindo Autonomous Database, IA, robótica e análise de dados. As estufas podem funcionar em qualquer parte do mundo, independentemente do clima, para permitir que os agricultores cultivem os alimentos de forma mais eficiente, mais próximos do local onde serão consumidos. Por exemplo, a Oracle Cloud está coletando grandes quantidades de dados de treinamento — como a quantidade de luz solar em diferentes áreas, elementos nutricionais nos solos e imagens de plantas — para determinar o momento ideal para o transplante e a colheita. As estufas alimentadas por IA podem ajudar os agricultores a reduzir o consumo de água em até 98% e diminuir o uso de terra em até 90%, algo considerável em um período de crises climáticas, disse Ellison. “É uma abordagem moderna para um setor com 10.000 anos.”
O que vem depois?
Voltando à IA generativa, Ellison observou que a maior parte da tecnologia “não chama a atenção dos chefes de estado ou de governo, nem de pessoas comuns e de outros profissionais. Simplesmente não acontece”. Mas quando se trata de GenAI, “todos querem saber o que vem depois”.
O que vem depois é uma corrida global para fazer o melhor uso da tecnologia com o custo mais baixo. De acordo com Ellison, os clientes e parceiros da Oracle no setor (incluindo Cohere e NVIDIA) têm uma vantagem inicial em termos de velocidade e custo.
A próxima era da história humana está prestes a ser escrita. Mas, assim como o resultado de um roteiro de Hollywood, não sabemos se será escrito por humanos ou pela própria GenAI.
