Em uma entrevista recente para a publicação alemã Build-Ing, Frank Weiss, da Oracle Construction and Engineering, discutiu a importância de um ambiente de dados comum (CDE), padrões e certificações para modelagem de informações de construção ( projetos orientados a BIM).
Weiss tem feito campanha por um ciclo de vida contínuo de ativos digitais para colaboração no setor de construção desde 2000, primeiro como cofundador da startup Conject e agora como diretor sênior de estratégia, novos produtos, BIM e inovação na Oracle Construction and Engineering.
Weiss hoje trabalha em estreita colaboração com a buildingSMART International e lançou várias iniciativas de padronização e, mais recentemente, liderou o trabalho da Oracle para obter a certificação BSI Kitemark para um CDE (Oracle Aconex).
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Veja abaixo um trecho de uma entrevista da Weiss com a Build-Ing. Você pode ler a versão completa aqui.
Frank, você é cofundou a Conject AG já 21 anos, qual era o seu mindset sobre o BIM naquele tempo?
Como fundadores, em 2000, nós tinhamos a ideia de avançar na informatização do planejamento, desenvolvimento e operação de ativos. Nosso Plano de Negócios 1.0 viu as soluções baseadas na internet como uma alavanca enorme para melhorar a cooperação em nosso setor. Após a primeira onda de informatização com os sistemas CAD , chegou a hora das abordagens holísticas. O BIM já existia, mas o desafio realmente estava na gestão da informação, ou seja, um fluxo contínuo de informação entre as fases do projeto.
Atualmente você trabalha para uma empresa global de software. O seu trabalho ainda está relacionado à sua ideia original e ao BIM?
Sim, com certeza. A Oracle é conhecida pelo seus sistemas de banco de dados, middleware e soluções na nuvem. Na Unidade de Negócios Globais de Construção e Engenharia, à qual pertenço, estamos focados em digitalizar ainda mais a indústria da construção em planejamento, construção e operação. É especialmente verdade para o nosso CDE, Oracle Aconex.
Vamos nos aprofundar nos detalhes sobre os CDEs, conhecidos como ambientes comuns de dados O que isso significa exatamente?
O nome CDE—ambiente comum de dados—já é auto explicativo: é sobre trabalhar em conjunto, sobre dados e informações. No dia a dia, uma plataforma CDE é um ambiente onde a colaboração é a atração principal. O CDE é normalmente uma solução em nuvem que inclui armazenamento de dados, funções de gerenciamento de projetos e gerenciamento de fluxo de trabalho aplicado à colaboração baseada em modelo. Processos no fluxo de trabalho, como entrega e verificação de informações, podem ser bastante simplificados e acelerados por meio da automação. Isso requer coordenação de modelos, gerenciamento de documentos, fluxos de trabalho, correio, relatórios, previsões com painéis, mas também integração com autoria BIM ou sistemas de qualidade. A grande maioria dos participantes do projeto precisa de soluções simples para troca de informações e colaboração sem ter conhecimento especializado. É aqui que o CDE pode ser muito útil.
Temos clientes de diversos segmentos do setor público e privado. Planejadores gerais, gestão de projetos e construtoras. Os projetos podem incluir infraestrutura como estradas, aeroportos, hidrovias ou mesmo hospitais, e petróleo, gás e energias renováveis, como parques eólicos.
O setor de construção é altamente fragmentado. E qual o impacto disso no uso e na adoção de um CDE?
Por exemplo, na Alemanha, cerca de 90% das empresas têm em seu quadro menos de 20 pessoas. E por conta das especializações técnicas, o setor da construção fica ainda mais fragmentado. Isso contribui para “silos de informações” desconectados. A colaboração e a troca transparente de dados são, portanto, alavancas vantajosas nos projetos. O gerenciamento ativo de informações requer uma plataforma CDE que atue como a única fonte de consulta. Se uma plataforma não for aceita pelos usuários como uma solução confiável, eles tendem a criar “cópias de backup”. Isso leva a cópias duplas e triplas, o que, naturalmente, prejudica a integridade dos dados. Portanto, precisamos de soluções CDE seguras e poderosas que integrem ativamente aplicações especializadas em um único CDE.
As pequenas empresas também se beneficiam de projetos BIM. Um CDE faz sentido para eles também?
Nosso setor de construção é fortemente caracterizado por empresas de médio porte. No setor, por exemplo, as PME desempenham um papel muito importante enquanto subcontratantes em grandes projectos. Elas devem também ser integradas em projectos BIM. Com uma plataforma CDE, a integração das PME nos projetos BIM é muito fácil. Um software adicional não precisa ser adquirido para isso, porque um CDE verdadeiro é baseado em navegador. Contratantes gerais e proprietários de edifícios podem convidar seus subcontratados para a plataforma, que então pode ser integrado à colaboração facilmente desde o início.
Neste contexto, você cria uma nova mensagem para todos os envolvidos com o BIM. Pela primeira vez, um CDE alcançou a certificação BSI Kitemark para ISO 19650 e para a DIN SPEC 91391. Por que esse feito é tão especial?
Sim, o Oracle Aconex é a primeira solução de gerenciamento de projetos a obter a certificação Kitemark da British Standards Institution (BSI) da padrão ISO e da especificação DIN para software BIM. Isto é importante porque o mercado BIM está a crescer muito rapidamente, mas ainda há incerteza quanto às tecnologias a utilizar. Portanto, o mercado precisa de mais clareza sobre as capacidades e a qualidade das soluções oferecidas.
E é aqui que entra em jogo a certificação BSI Kitemark: Ao tomar uma decisão seletiva, três coisas podem ajudar:
1. Padrões, porque eles podem trazer mais clareza.
2. Declarações de conformidade das empresas e dos fabricantes.
3. Confirmação por um certificador neutro.
Isso gera confiança de que você tomou a decisão certa. Com a certificação, todos sabem que ela não só é rotulada como CDE, mas há um “CDE verdadeiro” dentro.
Você está falando de um “CDE verdadeiro”. O que está por trás de um “CDE verdadeiro”? Você pode dar exemplos práticos? O que é importante ao escolher e usar um CDE?
Quando se trata de CDE, três coisas são importantes: simplicidade, segurança e propriedade de dados. O que há por trás disso? Um CDE destina-se a promover a automação de processos; é aqui que a alavanca de valor agregado está localizada. Recursos fortes como suporte a processos, integração de modelos, business intelligence (BI) e IA criam transparência e melhoram a tomada de decisão.
No entanto, a melhor funcionalidade será útil apenas se for fácil de usar e amigável aos usuários. É importante levar em consideração a segurança dos dados e as exigências regionais. Assegurar a propriedade e o acesso aos dados geralmente é subestimada ou incompreendida, especialmente no momento de uma reivindicação. Deve ser garantido que as mensagens e documentos enviados (incluindo modelos) não podem ser manipulados ou retirados posteriormente. Após o recebimento, eles devem permanecer com o destinatário. Isso gera confiança e segurança, além de evitar armazenamento de sombra de dados em sistemas paralelos. Isso já foi comprovado em milhares de projetos e é uma boa prática essencial.
Vários critérios importantes devem ser definidos nos projetos: Como especifico os requisitos de informação e como ofereço as entregas de informações? Como eu específico as informações dos processos de entrega para todos dentro de um Plano de Execução BIM (BEP, BIM execution plan)? Como ocorre a entrega de informações, quem faz as verificações e quem as aprova? Em um processo completo de coordenação de modelos, acontece o seguinte, por exemplo: modelos técnicos de várias negociações são entregues, mesclados e verificados de maneira geral para inconsistências, como, por exemplo, colisões. O que precisa ser definido é a aparência da comunicação padronizada do projeto, como solicitações de informação ou alteração, versões do modelo etc.
E a situação atual do projeto pode ser exibida claramente em paineis e relatórios. Esses e outros procedimentos comprovados de gestão de informações podem ser encontradas no ISO 19650 e na DIN SPEC 91391.
Quais sãos os benefícios de uma certificação BSI Kitemark?
Ela abrange o espectro mais amplo dos critérios de testes. A validação vai além da funcionalidade CDE pura, de acordo com a DIN SPEC. A BSI Kitemark também aborda a hospedagem e o nível de segurança aplicado nos data centers. Podemos aproveitar os resultados de nossas certificações ISO 27001 e demonstrar que nossos dados são armazenados de acordo com os respectivos requisitos de segurança local. A saúde e segurança também são alvo dos auditores da BSI Kitemark. Ela também destacou como envolvemos nossos usuários no processo de desenvolvimento de software e como os usuários recebem ajuda de nossa equipe de suporte global.
Outra área incluiu a coordenação de modelos, como os resultados parciais dos planejadores especializados são reunidos e verificados no CDE Aconex e como quaisquer erros encontrados são corrigidos em um processo coordenado. Por último, a certificação garante a adoção dos formatos abertos IFC e BCF.
Onde você enxerga os benefícios primários para clientes e usuários? O que é mais útil para eles?
Os padrões descrevem as boas práticas já extensivamente abordadas aqui, ou seja, procedimentos prévia e exaustivamente testados para aplicação BIM. Isso é especialmente importante em um mercado em que certos tópicos, como BIM ou CDE, ainda não são maduros o suficiente. Se você puder se relacionar com o que foi testado e testado, será muito mais fácil começar e é precisamente isso que é obtido com a certificação. No entanto, é um problema já conhecido e todos podem afirmar seguir os padrões e boas práticas em suas soluções. Porém, somente um fornecedor certificado, que avalie com seriedade e comprometimento, pode trazer confiança e segurança aos clientes.
Já é um problema conhecido o fato de que qualquer pessoa pode afirmar que está seguindo os padrões e boas práticas. Dificilmente há uma validação mais forte do que uma confirmação de um certificador autorizado, que leva a certificação a sério.
A certificação pode fornecer orientações, especificamente se especialistas em posições-chave tiverem opiniões diferentes, por exemplo, durante uma implantação. A certificação aumenta a confiança e o compromisso responsáveis pela implantação e pode ajudar a eliminar eventuais diferenças de opinião.
Muitas vezes ouvimos dos clientes, incluindo clientes do setor público, sobre a importância da certificação para a seleção de um produto CDE. Ela dá aos tomadores de decisão a segurança de que podem realizar seus projetos de acordo com os padrões estabelecidos. Isso eleva a taxa de aceitação e aumenta o valor agregado para clientes e usuários.
Em um CDE certificado, os gerentes de projeto podem ter certeza de que os projetos estão sendo executados de forma controlada e com maior qualidade. Ao usar um CDE certificado, os clientes podem confiar em métodos de trabalho orientados a padrões e resultados sobre os trabalhos. Toda a cadeia de suprimento pode criar, entregar, verificar a qualidade, liberar e disponibilizar informações para uso em etapas de processo definidas. Do lado da entrega, os subcontratantes obtêm requisitos de informação claros e sabem exatamente quais informações precisam ser fornecidas. A entrega é rastreável de forma irrevogável no CDE.
Muitos ainda consideram o BIM como um “território novo”. O que você classificaria como boas práticas?
Quando eu olho para os nossos clientes que trabalham predominantemente orientados por modelos, eles aplicam as boas práticas aos projetos BIM. É aqui que os aspectos e vantagens muito citados são postos em prática.
Se você olhar para o processo de planejamento hoje, encontrará grandes diferenças na qualidade do tratamento de informações. Muitas vezes, os planos não são coordenados suficientemente bem porque não são trocadas informações importantes entre os planejadores. Como resultado, o custo, a qualidade e a conformidade com os prazos geralmente são insatisfatórios para o cliente. E isso acontece muito mesmo que os indivíduos estejam fazendo um bom trabalho em seus “silos”.
Criar bons modelos BIM ou modelos 3D por si só não é o bastante. As muitas interdependências entre os negócios e áreas especializadas exigem um bom pensamento através do processo de coordenação. Em muitos casos, o cliente é bastante desamparado nesta matéria. Eles só podem esperar que os planejadores se coordenem suficientemente entre si para que problemas graves não surjam no canteiro de obras. Com os padrões BIM estabelecidos, este “princípio da esperança” é cada vez mais uma coisa do passado. O proprietário do edifício agora pode exigir a aplicação de padrões BIM e o uso de produtos padronizados em suas propostas com referência a esses padrões e certificações.
Para obter mais informações, confira a versão completa da entrevista da Build-Ing com Frank Weiss, mais informações sobre nossa certificação BSI Kitemark e um webcast on-demand para explorar chaves para uma colaboração de construção bem-sucedida.
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