Em meio ao crescimento dos pedidos online e entregas em casa, a cadeia de suprimentos de alimentos e varejistas de alimentos enfrentaram o desafio. Enquanto a demanda em toda a linha cresceu, as marcas próprias aumentaram as vendas de forma desproporcional – no Brasil cresceram 32,6%, no México os alimentos embalados cresceram 33% acima dos perecíveis, cujo aumento foi de 11%, e nos Estados Unidos aumentaram em 29%, de acordo com os dados mais recentes da Nielsen.
Marcas próprias também conquistaram muitos novos clientes nas últimas semanas devido às seleções limitadas nas gôndolas e aos consumidores que se preocuparam mais com o preço ao comprar. Depois de experimentar uma marca própria pela primeira vez, 60% dos consumidores americanos disseram que continuariam a comprar a opção de marca própria, de acordo com a consultoria de pesquisa Magid.
Para que os varejistas de marcas própria estejam prontos para o Novo Normal, eles devem concentrar-se em crescimento, agilidade, transparência, precisão e proteção da marca própria.
O sortimento atual de marca própria nas gôndolas foi desenvolvido para um momento distinto. Hoje o comportamento dos consumidores mudou, assim como suas necessidades de alimentos. É necessária uma resposta rápida e flexível. Os varejistas devem agir rapidamente para adaptar suas ofertas às mudanças nas necessidades dos clientes e estar preparados para experimentar e evoluir. Essa velocidade significa desenvolver e lançar novos produtos em semanas em vez de meses, exigindo uma colaboração mais estreita do que nunca com os fornecedores de produtos.
“Este será um momento empolgante nos próximos dois a três anos para as marcas próprias capitalizarem na crescente penetração”, disse John Evans, Diretor de Marcas Próprias da Weis Markets - neste webcast em inglês.
Os consumidores que experimentam marcas próprias pela primeira vez e aqueles que aumentam a gama de marcas próprias que compram buscarão a garantia de que estão obtendo produtos de qualidade. Os consumidores que não conseguem encontrar as informações de que precisam simplesmente devolvem o produto à prateleira.
Os varejistas precisam fornecer informações completas sobre ingredientes e fontes por meio de vários canais. Os varejistas que disponibilizarem apenas o mínimo de informações estarão em desvantagem competitiva. Tão importante quanto é o foco na precisão do rótulo daqui para frente. Erros de rotulagem representam cerca de 50% dos recalls de produtos e, no caso de alérgenos não declarados, aqueles que não são detectados a tempo podem ter consequências irreversíveis.
Mesmo nos melhores momentos, quando ocorre um incidente de contaminação de alimentos, localizar os produtos afetados e notificar os fornecedores pode levar dias e, às vezes, semanas, especialmente quando se trata de centenas de fabricantes e milhares de produtos. Durante uma crise, pode ser devastador.
Os riscos de não estar preparado são altos. No passado, os incidentes de contaminação de alimentos afetaram a confiança do cliente, a fidelidade à marca e os resultados financeiros das empresas envolvidas. Uma pesquisa da Allianz descobriu que os custos de recall podem chegar a USD10 milhões para eventos significativos.
Para os varejistas, isso significa ter informações completas e precisas sobre os ingredientes do produto e trabalhar com fornecedores confiáveis que possuem os certificados necessários e estão sujeitos a auditorias regulares de fábrica e testes de produtos.
À medida que o impulso da marca própria no varejo de alimentos aumentou na última década, a realidade crua é que a maioria dos varejistas não investiu adequadamente nos processos ou sistemas necessários para dar suporte a seus programas. Apesar da complexidade dos produtos alimentícios, dos muitos regulamentos aos quais eles devem se conformar e das terríveis consequências quando as coisas dão errado, a colaboração com fabricantes de marcas próprias é muitas vezes gerenciada usando apenas planilhas e e-mail.
Por outro lado, os principais supermercados já adotaram soluções de colaboração baseadas em nuvem para gestão de marcas próprias, o que permite que varejistas e fornecedores trabalhem juntos diretamente. Por causa da eficiência, eles são capazes de desenvolver e gerenciar um número maior de gamas de marcas contendo mais SKUs, permitindo que os varejistas líderes fiquem ainda mais à frente de seus colegas que ainda têm que investir em melhores formas de trabalhar.